Uma criança de mais ou menos dez anos, veio para ser atendida na terapia pela primeira vez.
Durante a conversa com a criança, a mãe é chamada para falar das dificuldades que tem com o filho.
Expõe a mãe que o filho é muito rebelde, desobediente e ainda muito nervoso.
O facilitador conversa longamente com o menino, e nota como que houvesse uma revolta do mesmo para com a mãe, sem qualquer motivo aparente.
Interessante no diálogo com o menino é que este não à aceita, não gosta e chega mesmo a odiar a mãe.
Poderia se perguntar: de onde vem toda esta rejeição?
O que a mãe teria feito de tão grave para que aquela criança se tornasse desta forma?
Seria impossível conceber, que uma criança em tenra idade, pudesse já detestar sua mãe, inclusive por se tratar de filho único.
Todas as argumentações que são feitas à criança, são sempre respondidas, com rejeições muito acentuadas, sem qualquer consideração para com a mãe.
Após evidências muito claras de que não chegariam a um acordo, tampouco para entendimentos, levam o facilitador, a pedir para que a criança aguarde fora da sala, para que ele possa conversar com a mãe sem a sua presença.
A mãe é convidada para deitar-se na maca e relaxar.
Todo o momento de relaxamento é proporcionado, para que a mãe possa ficar no momento de total descontração, e uma forte sonolência, se apoderar do seu corpo físico.
Neste momento, um processo de regressão, invade lentamente aquela mãe, trazendo-lhe momentos de apreensão, e crises de choro, aos poucos ela vai se relaxando por completo.
Demonstra a cada momento, alternâncias de lucidez e envolvimento de raiva, pelas coisas que lhe aconteceram durante a gravidez do menino.
Neste instante um processo de regressão, invade lentamente aquela mãe, trazendo-lhe ao momento no tempo, em que um óvulo a que pertencia o menino, é fecundado.
O pai do menino neste momento, após saber que a mãe está grávida, fica muito nervoso, e deseja que ela de todas as maneiras aborte.
A mãe algumas vezes sente um vazio muito grande, pela rejeição e afastamento do pai.
Isso traz a ela um desconforto muito grande.
Em alguns momentos, por se sentir desamparada e só, começa a se acostumar com a ideia do aborto.
Toma alguns remédios abortivos, esmurra sua barriga e muitas vezes fala que esta gravidez, é a pior desgraça para sua vida.
O pai some e a mãe sente-se abandonada por completo, inclusive pela família, que seria sua única fonte de amparo, e a que mais poderia ajudá-la neste momento.
O facilitador procura neste momento substituir estes registros negativos, incutindo-lhe que aquela criança é uma alegria em sua vida, uma dádiva de Deus para sua felicidade, em todos os dias de sua existência, e dará a ela só prazer e bem estar.
Seu choro é muito forte, e um tremor por todo o corpo a leva a uma contração muscular muito dolorida.
A mãe está muito emotiva e um remorso toma conta de todo o seu ser.
O facilitador continua orientando-a para que se acalme e relaxe, incutindo-lhe que não precisa se desesperar, pois isto só vai prejudicar o feto que se encontra no seu útero.
Demora um pouco, mas aquela mãe sofre uma transformação muito grande de arrependimento, que consegue alterar este quadro, tão angustiante, para momentos de prazer.
Após o relaxamento, com a auto sugestão, se incorpora num jardim cheio de flores, para acalmar-se; aquela mãe, vai cedendo, deixando as tribulações da sua mente, e já consegue se normalizar.
A mãe neste momento embora esteja mais calma, sente que têm no seu corpo os reflexos de tremor, que se estende desde os pés até a cabeça.
Ligeira onda de tontura acomete a mãe, e complica sua condição motora, mas que aos poucos vai melhorando, quando começa a respirar profundamente.
A mãe já está quase refeita, sem tontura e seu corpo está mais leve do que quando entrou, demonstrando que já se encontra melhor.
Após ser questionada de como se encontra, a mãe confirma estar se sentindo muito bem, e neste momento é convidada a se retirar para que o menino possa entrar e deitar-se na maca.
Em se tratando de uma criança, com um vocabulário ainda em formação e muito exíguo, o facilitador vai tateando lentamente para não apavorar nem traumatizar aquela criança.
Lentamente a criança começa a se soltar e vai contando fases regressivas, e se diz numa vigência terrestre.
Ao chegar facilmente no estado embrionário, a criança narra o seu temor da mãe querer morrer, quando pondera que possa lhe acontecer isto, pela sua tristeza, e visto que seu pai a despreza.
A criança narra que sua mãe está muito aflita e teme que ela possa morrer.
A criança fica aflita em sentir o desespero da mãe, e pensa que a mãe poderá morrer a qualquer momento.
O facilitador vai lhe sugerindo, que o amor de sua mãe é muito grande, e que ele é bem-vindo, e que irá trazer uma esperança enorme para sua mãe, que lhe ama e adora.
O facilitador vai mostrando a importância dele em amar e respeitar sua mãe, pois ela o ama, o adora, por tudo que ele representa.
Como que hipnotizada e sugestionada a criança acumula emoção e amor pela mãe.
A criança está sentindo bem, e neste momento, ou facilitador chama a mãe, para que os dois possam se abraçar e se beijar.
Ambos proporcionam uma cena inusitada, pois a aproximação deles que viviam brigando, diante da relação que estava estremecida até então, são trocadas por caricias e abraços fraternos.
Eles se retiram após quase três horas desta vivência, tão linda e maravilhosa.
Mãe e filho retornam mais algumas vezes, e já se entendem melhor, mais afinados e muito mais coesos.
Após noventa dias eles estão mais amorosos, e são liberados para não necessitarem de retornar mais nesta terapia.
Fonte: 𝗚𝗼𝘁𝗮𝘀 𝗱𝗲 𝗣𝗮𝘇.
Postagem do jornalista Claudinei Prado - MTPS 23.455/SP e IFJ 674 BR.
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