O Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Paraná resgatou o homem que estava perdido há seis dias na região do Pico Paraná, após mais de 120 horas de operação. O resgate de Maicon Willian Batista, 28 anos, desaparecido desde o feriado de 7 de setembro, aconteceu ontem, domingo (12). Foi mobilizada uma grande estrutura para busca e resgate da vítima por meio do Grupo de Operações de Socorro Tático (Gost). Houve ainda atuação do Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA), no suporte com buscas aéreas.
(c) - Foto: Grupo de Operações de Socorro Tático
O Pico Paraná fica entre os municípios de Antonina (Litoral) e Campina Grande do Sul (Região Metropolitana de Curitiba), no conjunto de Serra Ibitiraquire. As equipes percorreram vários quilômetros a pé na mata. Após a localização, ele foi resgatado de aeronave da montanha e encaminhado ao Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul.
A retirada do jovem emocionou os bombeiros, voluntários e integrantes do BPMOA que participaram da operação. Segundo o capitão Alexis Iverson Martins, comandante do Gost o trabalho foi um grande sucesso.
"Graças à persistência e esperança de todos conseguimos encontrar a vítima. É uma ocorrência que marca a história da nossa unidade, pois encontrar este rapaz com vida depois de seis dias é um verdadeiro presente", afirmou. Mesmo fraco, Maicon não deixou de agradecer aos bombeiros por não terem desistido de procurá-lo. "São heróis. A alegria ao ver o pessoal foi algo incrível e sou muito grato", disse.
OPERAÇÃO – A operação de resgate durou mais de 120 horas. Um planejamento foi feito pelos bombeiros, que articularam perímetros de busca na mata e outras estratégias, como monitoramento das trilhas principais e acessórias, atividades georreferenciadas, contando com apoio dos voluntários do Cosmo (Corpo de Socorro em Montanha), da Fepam (Federação Paranaense de Montanhismo) e do BPMOA.
Mais de 80 pessoas participaram dos trabalhos, passando dias na mata, caminhando por horas a fio. "Fizemos uma busca minuciosa em toda a extensão da trilha, avançando para os picos adjacentes. As equipes ainda percorreram trilhas em que a vítima poderia estar", explicou o capitão Martins. Para agilizar a comunicação, foram instalados repetidores móveis, ampliando a cobertura de sinal de rádio entre os profissionais.
"Durante o período, o BPMOA auxiliou no transporte dos bombeiros da base até o local de buscas. Foram 25 profissionais transportados ao Pico Paraná, o que possibilitou diminuir o cansaço das equipes durante o trabalho. Foram mais de 11 horas de voo entre buscas e transporte de tropa", explicou o tenente Henrique Arendt Neto, do BPMOA.
(c) - Foto: Grupo de Operações de Socorro Tático
RESGATE FINAL – A vítima foi localizada pelo Gost na manhã de domingo (12), debilitada e com vários ferimentos. Depois disso, iniciou-se a operação de resgate final que acabou no fim do dia.
"Uma guarnição entrou no vale do Cacatu no sábado de manhã e pernoitou no local. As buscas foram reiniciadas na manhã de domingo, quando os bombeiros fizeram uma pausa e chamaram pelo nome do rapaz, o qual respondeu com os pedidos de ajuda. A equipe chegou até ele, fez os curativos e, após hidratá-lo e alimentá-lo, iniciou a remoção", detalhou o capitão.
Do local encontrado, no vale do Cacatu, até o acampamento 2, onde o BPMOA poderia chegar para fazer o resgate, foram quatro horas de caminhada.
PERDIDO – Informações repassadas aos bombeiros apontam que ele integrava um grupo que subiu o Morro do Getúlio na segunda-feira (06), mas depois de completar a subida teria se separado dos demais para ir sozinho ao Pico Paraná. Ele concluiu a subida, teria feito comunicação com o grupo por volta de 17 horas e avisou que havia programado a descida para as 18h00min do mesmo dia.
ORIENTAÇÕES – Para evitar situações como essa, o Corpo de Bombeiros orienta que a preparação para fazer uma trilha ou uma escalada vai além de boa vontade e condicionamento físico. A primeira dica é que antes de sair para praticar alguma atividade deste tipo, a pessoa deve buscar o máximo de informações possível sobre o local pretendido, principalmente sobre as condições climáticas, pontos de risco e nível de dificuldade.
Morros e outros pontos da Serra que podem ser frequentados geralmente possuem placas e demarcações nas trilhas para as pessoas seguirem o caminho correto, evitando pontos perigosos. Seguir essas marcações é muito importante. Sempre é interessante estar com alguém mais experiente e seguir pela trilha demarcada. Se aventurar por caminhos e paredes não conhecidos aumenta o risco de acidentes graves que podem resultar até em morte.
Fonte: AEN - PR: Agência Estadual de Notícias
Matéria postada pelo jornalista Claudinei Prado - MTPS 23.455/SP e IFJ 674 BR
Boa tarde Claudinei,parabéns pela reportagem.
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