Pódio repete dobradinha de ouro e bronze da Rio 2016, dessa vez com Washington Assis Júnior em terceiro lugar
Foto: Helano Stuckert/ rededoesporte.gov.br
O ano era 2016 quando dois brasileiros, um de Alagoas e o outro da Paraíba, alcançaram a façanha de subir ao pódio juntos na prova de 100m T47, classe para atletas com deficiência nos membros superiores. Petrúcio Ferreira conquistou seu primeiro ouro paralímpico, enquanto Yohansson Nascimento ficou com o bronze, mais uma medalha ao longo da carreira do atleta que se aposentou no atletismo para ingressar na gestão do esporte.
Cinco anos depois, a dobradinha de 2016 se repete em Tóquio na mesma prova: Petrúcio chega em primeiro, conquista o bicampeonato e quebra o próprio recorde paralímpico com 10s43. Na Rio 2016, havia cravado 10s47. E mais uma vez sobe ao pódio com um brasileiro ao lado. O carioca Washington Assis Júnior ficou com o bronze na primeira participação dele em Jogos Paralímpicos, com 10s68 depois de disputa acirrada com o polonês Michal Derus, que levou a prata com 10s61. Também participou da prova o brasileiro Lucas Lima, que chegou em sexto.
“É uma emoção difícil de descrever. Cheguei aqui com uma missão de defender esse título depois de um susto: uma semana antes da prova, sofri uma lesão na coxa esquerda, mas foquei na recuperação. Eu queria fechar a prova em menos tempo, mas estou feliz com o resultado. Agradeço a quem esteve junto, meus amigos que me mandaram mensagem, minha esposa que me ouviu todos esses dias e me acalmou e minha mãe sempre me perguntando se estava tudo bem, mas ela sabe que eu não tenho medo de nada”, disse Petrúcio.
Pódio de 2021. Foto: Helano Stuckert/ rededoesporte.gov.br
Faltando dois dias para embarcar para Tóquio, Washington testou positivo para Covid-19. O atleta ficou 10 dias de repouso, mas se recuperou a tempo de chegar ao Japão e conquistar o terceiro lugar. “Sou muito grato e dedico essa medalha à minha avó, Ivone, que já faleceu. Ela disse que um dia queria me ver em uma Paralimpíada. Então hoje corri para ela, essa medalha é dela. Vou continuar treinando e me dedicando para chegar ainda melhor em Paris 2024”.
Volta às origens
Petrúcio, que nasceu São José do Brejo da Cruz, na Paraíba, sentiu falta da rotina de treinamentos causada pela pandemia, mas também foi uma oportunidade de voltar para o interior e ter mais tempo com a família. “Foi bom voltar às origens, ao meu sítio, voltar para o mato. Eu saí do mato, mas ele não sai de mim. Minha família é quem me moldou para aprender a lidar com situações difíceis. Havia seis anos que eu não ficava com eles direito, então tudo tem seu lado bom”, conta.
Para o atleta, não há limite para a vitória. “Eu sempre busco mais, quero mais, amo treinar. Nos fins de semana, quando descanso, fico logo querendo voltar aos treinos. O esporte me traz muita alegria. Eu comecei no futebol, pensava em ser jogador e queria representar meu país, mas consegui isso no atletismo e sou muito feliz por isso”, ressaltou.
Um dos grandes nomes do Brasil no esporte paralímpico, Petrúcio foi um dos escolhidos como porta-bandeira na cerimônia de abertura dos Jogos. Quando tinha dois anos de idade, ele sofreu um acidente em uma máquina de moer capim e perdeu parte do braço esquerdo. No currículo, o atleta foi ouro nos 100m e nos 400m no Mundial de Dubai, além de ouro nos 100m e nos 400m e prata no revezamento 4x100m no Parapan de Lima, todos em 2019.
Foto: Helano Stuckert/ rededoesporte.gov.br
Já Washington Assis nasceu com má-formação no braço direito e começou a praticar o atletismo paralímpico em 2012. Recente no esporte em relação aos adversários brasileiros, ele desponta como mais um nome forte do atletismo no Brasil. Petrúcio e Washington são beneficiados pelo Bolsa Atleta e recebem o benefício na categoria Pódio.
Fonte: Cristiane Rosa, de Tóquio no Japão - rededoesporte.gov.br
Matéria postada pelo jornalista Claudinei Prado - MTPS 23.455/SP e IFJ 674 BR
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