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segunda-feira, 12 de julho de 2021

ESPERANÇA - Filhotes de ararinha-azul nascem no Brasil duas décadas depois da espécie ser declarada extinta

O tráfico de animais silvestres e a destruição de habitats causada pela agropecuária foram responsáveis pela extinção da espécie na natureza


(c) - Foto: ACTPeV/Spix Macaw/DIvulgação

Dois filhotes de ararinha-azul nasceram na Bahia, consagrando mais uma vitória dos esforços para preservar a espécie declarada extinta na natureza desde 2000. O nascimento ocorre pouco mais de dois meses após o primeiro filhote da espécie nascer no sertão baiano após três décadas sem nascimentos registrados no país.

Os nascimentos são resultados dos trabalhos realizados por profissionais brasileiros em parceria com a ONG alemã Associação para a Conservação de Papagaios Ameaçados (ACTP, na sigla em inglês), que em 2020 enviou ao Brasil um grupo de 52 ararinhas-azuis. Cerca de um ano depois, quatro ovos, sendo apenas dois férteis, foram botados por um dos casais trazidos ao país.

No dia 11 de abril de 2021, o primeiro filhote nasceu, mas acabou morrendo por consequência da falta de experiência dos pais. No entanto, dois dias depois o nascimento de um outro filhote trouxe esperança aos pesquisadores, que precisaram acolher o animal, que também foi abandonado pelos pais inexperientes. Quando estiver apto à soltura, o filhote será introduzido na natureza.

Em uma publicação nas redes sociais, a Associação para a Conservação de Papagaios Ameaçados comemorou o nascimento das duas ararinhas que vieram ao mundo recentemente e afirmou que as “garotinhas fofas” estão saudáveis e estão sob a responsabilidade de especialistas do Centro de Reprodução e Reintrodução das Ararinhas-Azuis, que cuidam das aves em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio), responsável pelo Plano de Ação Nacional a Conservação da Ararinha-azul.

Considerada extinta na natureza há 21 anos

Endêmica do Brasil, a ararinha-azul foi extinta da natureza após ter sido vítima do tráfico de aves. Muitas delas foram traficadas internacionalmente depois de se tornarem alvo de colecionadores europeus que queriam ter as ararinhas para tratá-las como objetos colecionáveis, mesmo que para isso precisassem afastá-las da natureza e privá-las da liberdade.


(c) - Foto: ACTPeV/Spix Macaw/DIvulgação

Desde então, ararinhas-azuis só eram encontradas em cativeiro. O destino cruel que esses animais tiveram – o de viver longe do habitat – porém, poderá ser revertido daqui para frente graças aos esforços de conservação.

Se faz necessário, porém, aliar esses esforços à conscientização da sociedade sobre direitos animais e ambientais, além de endurecer as leis e a fiscalização para punir criminosos que traficam animais silvestres. Além disso, é necessário também educar a população brasileira sobre a necessidade de abolir o consumo de carne, já que não foi só o tráfico que condenou a ararinha-azul à extinção na natureza, mas também a destruição do habitat causada pela agropecuária – que desmata florestas para convertê-las em pasto para criar bois ou para plantar grãos utilizados para alimentar animais explorados para consumo humano.

Fonte: Mariana Dandara / Redação Anda.
Anda - Agência de Notícias dos Direitos dos Animais - www.anda.jor.br
Matéria postada pelo jornalista Claudinei Prado - MTPS 23.455/SP e IFJ 674 BR

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