Isso ocorre pois a perda do habitat natural dos animais silvestres faz com que eles entrem em contato com os humanos, aumentando as chances de infecção
Um estudo da Universidade Stanford, na Califórnia, sugere que vírus transmitidos de animais para pessoas — como o Sars-CoV-2, causador da Covid-19 — são mais comuns à medida em que florestas tropicais são desmatadas. Isso acontece por causa da transformação do habitat natural dos animais silvestres, fazendo com que eles tenham mais contato com os humanos.
Pesquisa mostra que a diminuição de florestas tropicais propicia o aumento de doenças zoonóticas — transmitidas de animais para humanos (Foto: Wikimedia Commons) |
A análise, publicada neste mês na revista científica Landscape Ecology, revela como a perda das florestas em Uganda, na África, coloca as pessoas em maior risco de interações físicas com primatas selvagens e as doenças que eles carregam. Essas descobertas têm implicações para diversos países do mundo e podem servir como alerta para impedir o surgimento de novas epidemias.
“No momento em que a Covid-19 está causando um nível sem precedentes de devastação econômica, social e de saúde, é essencial que pensemos criticamente sobre como os comportamentos humanos aumentam nossas interações com animais infectados por doenças”, disse Laura Bloomfield, autora do estudo. “A combinação de grandes mudanças ambientais, como desmatamento, pode acender o fogo de uma pandemia global”.
Segundo a equipe, a destruição das matas para fins agrícolas levou uma grande quantidade da população de Uganda a viver à beira de habitats florestais, fazendo com que essas famílias compartilhem os mesmos espaços que primatas selvagens — espécies geralmente evitadas por serem transmissoras de vários tipos de vírus.
Os pesquisadores coletaram dados sobre o uso da terra e combinaram com imagens de satélite de alta resolução, modelando como os padrões da paisagem e os comportamentos individuais tornam as pessoas mais propensas a contraírem doenças zoonóticas, ou seja, transmitidas de animais para humanos.
Como forma de prevenção, os cientistas acreditam que áreas com faixas de árvores ou projetos de reflorestamento em torno de florestas ricas em biodiversidade podem diminuir drasticamente a probabilidade de interação entre humanos e animais selvagens, evitando uma possível contaminação. Além disso, o uso de recursos externos, como ajuda nacional ou internacional para fornecer combustível e materiais de construção ou suplementos monetários também pode reduzir esse impacto sobre as pessoas que procuram madeira em áreas de floresta.
Fonte: Revista Galileu
Retirado do site: www.ambientebrasil.com.br
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