Parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde, por meio do Complexo do Hospital do Trabalhador, a Polícia Militar e a Defesa Civil vai permitir a confecção mensal de meio milhão de máscaras cirúrgicas para ajudar na prevenção ao coronavírus no Paraná.
Produção de uniformes e máscaras pela Associação da Vila Militar do Paraná Confecções - Foto: Geraldo Bubniak/AEN |
A produção começou nesta sexta-feira (27) e envolve duas frentes de trabalho. Voluntárias da Legião da Boa Vontade (LBV) estão concentradas em suprir a necessidade do Complexo do Hospital do Trabalhador, estimada em 20 mil a 30 mil máscaras por mês.
A produção ganha escala com a entrada da Associação da Vila Militar (AVM). A fábrica instalada dentro do complexo em Curitiba conta com 60 funcionários civis que estavam em férias coletivas como forma de controle à circulação do vírus. O grupo, que normalmente é responsável pela confecção de uniformes da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e escolas militares, foi recrutado novamente para colaborar com a força-tarefa. O trabalho é voluntário.
“É mais uma ótima ideia que surge neste momento de crise. Demonstra que todos os paranaenses estão unidos em torno de um bem maior, que é fazer com que essa pandemia tenha o mínimo de reflexos possíveis no Estado”, destacou o governador Carlos Massa Ratinho Junior.
CARACTERÍSTICAS – Idealizador do projeto, o diretor-superintendente do Hospital do Trabalhador, Geci Labres de Souza Júnior, ressaltou a qualidade da produção local, além do custo infinitamente menor ao que vem sendo cobrado no mercado.
Segundo ele, as máscaras são feitas de Tecido Não Tecido (TNT), chamado SMS (Spunbond-Meltblow-Spunbond), utilizado comumente nas embalagens de materiais para esterilização usados em procedimentos cirúrgicos. A parte interna, que fica em contato com a pele, é 100% polipropileno, material com eficiência de filtração bacteriana e viral.
O diretor explicou que com a diminuição do número de cirurgias devido o cancelamento das ações chamadas eletivas, aquelas sem urgência, apenas o Complexo do Hospital do Trabalhador tem estoque de tecido para produzir 100 mil máscaras. “É uma máscara de muita qualidade. Sou cirurgião e as que recebo, mesmo em hospitais particulares, são piores”, afirmou.
Ele reforçou que o custo de cada peça é estimado de R$ 0,07 a R$ 0,10. “Fiz uma cotação recente e cada máscara, para importar da China, não sai por menos de R$ 1,32”, disse Souza Júnior.
De acordo com a Anvisa, a máscara deve ser confeccionada em material tecido-não tecido (TNT), possuir no mínimo uma camada interna e uma camada externa e, obrigatoriamente, um elemento filtrante.
ASSOCIAÇÃO MILITAR – Presidente da Associação da Vila Militar, o coronel Washington Alves da Rosa reforçou que os funcionários que voltaram à ativa para ajudar na confecção dos produtos não são do grupo de risco do coronavírus. Além disso, destacou, se prontificaram imediatamente a colaborar de forma voluntária.
“Essa fábrica existe há 50 anos e todos se colocaram à disposição para enfrentar essa pandemia”, afirmou. Além das máscaras, a fábrica da Vila Militar está concentrada na produção de aventais para o Hospital da Polícia Militar.
DISTRIBUIÇÃO – A Defesa Civil do Paraná, por sua vez, fará a distribuição das peças pelo Estado, seguindo diretrizes da Secretaria da Saúde. A entidade ajudou também na articulação entre o Hospital do Trabalhador e a Associação da Vila Militar.
“Estamos ajustando a produção de acordo a demanda, depois de treinar as costureiras”, explicou o tenente-coronel Fernando Schunig, coordenador estadual da Defesa Civil.
Fonte: AEN-PR - Agência Estadual de Notícias
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