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segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Porque 30 organizações assinaram uma carta avisando todas as nações para não comprar carne do Brasil


Um grupo de 30 organizações sem fins lucrativos, de diversos países, publicou uma carta aberta na quarta-feira. O texto alerta investidores sobre a compra de ações em duas gigantes brasileiras na produção de carne, devido ao desflorestamento.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vendrá bilhões de dólares em ações da JBS e Marfring (duas das maiores companhias produtoras de carne do mundo), no próximo ano.

A carta diz que as companhias estiveram ligadas à destruição da Floresta Amazônica, onde houve aumento significativamente do desmatamento neste ano. Em agosto, os incêndios na região bateram o recorde dos últimos nove anos. De acordo com publicação The Guardian, o BNDES não comentou o assunto.

Entre as instituições que assinaram a carta estão Global Witness, Greenpeace Brasil e Rainforest Action Nestwork. A carta segue relatório publicado pelo Guardian, Bureau of Investigative Journalism e Repórter Brasil, mostrando que durante o verão, os incêndios na Amazônia foram três vezes mais comuns em fazendas de produção de carne.

De acordo com a carta, 70% da área desmatada na Floresta Amazônica foi convertida em pastagem. As empresas citadas são duas das maiores compradoras de gado na região.

“Há um crescente reconhecimento por bancos centrais, bolsas de valores, consumidores e público de que as mudanças climáticas se tornaram uma questão material para o sistema financeiro”, informa a carta. O texto justifica o alerta: “isso serve como cautela”.

O que dizem as empresas
O diretor de sustentabilidade da Marfring, Paulo Pianez, falou, em um e-mail, que os esforços da empresa para o cumprimento do compromisso de desmatamento zero incluem alerta de incêndio e plataforma de monitoramento de fornecedores.

Alguns gados nascem e são criados na mesma fazenda, chamadas de ciclo completo. Por outro lado, muitos passam por diversos lugares (fornecedores indiretos) até o momento do abate. Isso representa um problema para o monitoramento das companhia de carne brasileiras.

Nesse sentido, Pianez ainda disse que apensa 47% do gado vem de fazendas de ciclo completo. Um relatório anual de audição na empresa, realizado pela DNV.GL consta que “os fornecedores indiretos da Marfring não são verificados sistematicamente, uma vez que os abatedouros não puderam implementar ainda procedimentos auditáveis para fornecedores indiretos”.  O texto ainda argumenta que a falta de política de transparência publica implementada no país torna difícil realizar uma verificação dessas.

A mesma empresa realizou auditoria na JBS e no relatório informa que a JBS e a indústria em geral ainda não possuem um sistema de verificação, no caso dos fornecedores indiretos.

Em e-mail, a empresa afirma que monitora grandes áreas na Amazônia e bloqueou mais de 8 mil fornecedores devido à falta de conformidade. A JBS ainda ressalta que está comprometida com o combate ao desmatamento. Também pede para que aqueles comprometidos com o mesmo objetivo busquem soluções em vez de realizar críticas. [The Guardian, Marfring, JBS]

Fonte: Hypescience
Retirado do Site: www.ambientebrasil.com.br
O maior portal de internet de meio ambiente do Brasil

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