O rompimento da barragem I da mina do Córrego do Feijão, em janeiro, que deixou 270 mortos e desaparecidos em Brumadinho (MG), foi causado por acúmulo de água e falta de drenagem, o que provocou um fenômeno denominado “liquefação estática”, segundo relatório de especialistas contratados pela mineradora Vale, proprietária da mina, publicado nesta quinta-feira (12).
Vista aérea da zona da tragédia de Brumadinho, Minas Gerais, em 3 de maio de 2019 |
Em 25 de janeiro, o colapso da barragem liberou milhões de toneladas de rejeitos em questão de segundos. A busca de cadáveres continua até hoje, com um saldo de 257 mortos e 13 desaparecidos.
Segundo o informe, a barragem tinha “drenagem insuficiente” e acumulou água em plena época de chuvas, o que fez com que se enchesse de rejeitos “fofos” e “pesados”, por seu alto conteúdo de ferro. A pressão gerou então uma “barragem marginalmente estável”, ou seja “perto do rompimento em condições não drenadas”.
No entanto, o texto aponta que a barragem “não mostrou sinais de instabilidade, como grandes deformações que gerassem rachaduras e abaulamentos, antes do rompimento”.
Embora a análise de dados posterior tenha identificado “pequenas deformações nos 12 meses anteriores ao rompimento”, tratavam-se de deformações “pequenas e lentas demais para serem detectadas pelo radar de solo e pelos outros dispositivos de monitoramento”, acrescenta.
O informe não faz referência a resultados de outras investigações.
A Agência Nacional de Mineração (ANM) indicou em 5 de novembro que a Vale estava ciente de problemas no sistema de drenagem instalado sete meses antes da tragédia. Em 10 de janeiro, duas semanas antes do colapso, dois artefatos que mediam a pressão líquida marcaram o nível de emergência, de acordo com a ANM.
Ao menos sete funcionários da Vale, nenhum de alta responsabilidade, e seis trabalhadores da auditora alemã TUV SUD são investigados por usarem informações falsas para certificar que a barragem de Brumadinho cumpria todos os requerimentos de segurança.
A ANM publicou seu informe exatamente quatro anos depois do colapso de outra represa que era propriedade da Samarco, uma empresa conjunta da Vale e da anglo-australiana BHP, no município de Mariana (MG).
A avalanche de rejeitos matou na ocasião 19 pessoas e percorreu mais de 600 km pelo Rio Doce e seus afluentes até desembocar no oceano Atlântico, na pior catástrofe ambiental do Brasil.
Fonte: AFP
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