Um novo mapa dos vales, desfiladeiros e montanhas, ocultos pelo gelo da Antártica mostrou a terra mais profunda do planeta e contribuirá para a previsão de perda de gelo futura.
O mapa da BedMachine revela cordilheiras e vales sob o gelo da Antártica. (Imagem: © Mathieu Morlighem / UCI) |
O gélido continente do sul aparenta ser plano mas sob todo o gelo que se acumulou por eras há um velho continente tão “enrugado” quanto qualquer outro. Essa textura é muito importante para a previsão de quando e como o gelo vai fluir e quais regiões congeladas seriam mais vulneráveis em um planeta em constante aquecimento. O mapa mais recente, criado pela Nasa, conhecido como BedMachine Antarctica, une as medidas de movimentação do gelo, radar, medidas sísmicas e outros dados para gerar uma imagem detalhada dos recursos escondidos da Antártica.
“Usando o BedMachine para ampliar setores específicos da Antártica, encontramos detalhes essenciais, como solavancos e cavidades sob o gelo que podem acelerar, desacelerar ou até parar o recuo das geleiras”, afirmou Mathieu Morlighem, cientista da Universidade da Califórnia, Irvine (EUA) neste comunicado.
Este novo mapa, publicado na revista científica Nature Geoscience em 12 de dezembro, revela aspectos topográficos antes desconhecidos que moldam o fluxo do gelo na Antártica.
Estes aspectos possuem “implicações importantes para a resposta das geleiras às mudanças climáticas”, detalharam os autores. “Por exemplo, geleiras que fluem através das montanhas transantárticas são protegidas por cordilheiras amplas e estabilizadoras”.
Compreender o fluxo do gelo no continente gelado é cada vez mais crucial à medida que o planeta aquece. Se todo o gelo do continente derretesse, o nível do mar aumentaria em 60 metros. Isso não aconteceria logo mas mesmo que seja gradual os efeitos globais serão devastadores.
Incluso nestes dados está a evidência do desfiladeiro mais profundo de todo o planeta. Ao estudar o montante de gelo fluindo por uma certa região estreita chamada Vale de Denman anualmente, os cientistas perceberam que ele deve descer ao menos 3.500 metros abaixo do nível do mar para acomodar todo o volume de gelo. É uma profundidade muito maior do que o próprio Mar Morto, a região mais baixa de terra exposta, que possui 432 metros abaixo do nível do mar, de acordo com o centro de Pesquisa Oceanográfica e Limnológica de Israel .
O mapa traz uma profusão de novas informações sobre quais seriam as regiões do gelo da Antártica em que corre maior risco de deslizamento para o oceano nas décadas e séculos vindouros, afirmam os autores. [LiveScience]
Fonte: Hypescience
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