Vancouver, Canadá - Ativistas do Greenpeace protestaram pacificamente durante uma reunião de centenas de CEOs e gerentes sêniores das principais marcas globais nesta quarta-feira. O protesto destaca o papel dessas empresas na destruição das florestas e sua contribuição para a emergência climática.
Minutos antes da cerimônia de abertura do Consumer Goods Forum (CGF), no Canadá, ativistas do Greenpeace escalaram o local do evento e abriram um banner com uma mensagem de boas-vindas, dizendo: "Fórum dos destruidores de florestas. Sem florestas, sem clima". Na sequência, outros escaladores, dentro do pavilhão, utilizaram o saguão central, onde os executivos se reuniam, para lembrar que eles "continuam destruindo florestas". O banner ainda exibia logos das principais marcas que fazem parte do CGF e possuem desmatamento na sua cadeia de produção.
"Precisamos lembrar aos CEOs e diretores dessas grandes empresas que eles estão falhando em cumprir o acordo de acabar com o desmatamento, levando espécies à extinção e acelerando o superaquecimento global. Em vez de discutir sobre marketing para a geração millennial, eles deveriam estar definindo grandes ações para acabar com o problema do desmatamento em suas operações", afirma Romulo Batista, da campanha de Amazônia do Greenpeace.
O Greenpeace pede que as empresas que estão no CGF - que inclui algumas das maiores marcas de consumo do mundo como Nestlé, Mondelez e Unilever - declarem uma emergência climática e ecológica, cancelem suas atividades e aproveitem esse tempo para decidir como vão acabar com o desmatamento em suas cadeias de produção até 2020.
Relatório Contagem Regressiva para a Extinção
Apesar de terem se comprometido com desmatamento zero há quase uma década, um relatório divulgado ontem pelo Greenpeace Internacional denunciou que pelo menos 50 milhões de hectares de floresta terão sido destruídos nessa década como consequência da produção não responsável de soja, gado, óleo de palma e outras commodities. Nenhuma empresa - entre as mais de 50 que o Greenpeace contatou - foi capaz de demonstrar um esforço significativo para acabar com o desmatamento. [1] Todas as marcas que divulgaram fornecedores estavam comprando dos maiores negociadores de commodities do mundo, Bunge e Cargill, que adquirem soja de grandes produtores, acusados legalmente de grilagem de terras e de destruírem o Cerrado, a savana mais rica em biodiversidade do mundo.
[1] A lista de empresas que foram contactadas inclui: Unilever, Mars, Nestle, Mondelez, Procter & Gamble, Kellogg, Danone, Walmart, Tesco, Carrefour, Casino, Metro, Ahold Delhaize, McDonald’s, Yum! brands (KFC), Burger King, Subway, Tyson, Danepak, JBS, Marfrig, Danish Crown, Arla, Dairy Crest, FrieslandCampina, Cargill, ADM, Bunge, Wilmar, Louis Dreyfus e Cofco
Fonte: Assessoria de Imprensa do Greenpeace - Jéssika Oliveira
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