Um pouco mais de 1,1 mil golfinhos apareceram mortos nas praias da baía da Biscaia, na costa atlântica francesa, somente entre os meses de janeiro e março deste ano, de acordo com o Observatório Pelagis, que investiga a vida de mamíferos marinhos em La Rochelle, no sudoeste francês. De acordo com a instituição, 90% dos corpos têm sinais de morte e “níveis extremos de mutilação” que teriam relação com a captura em redes de pesca.
As mortes de golfinhos são muito comuns na região da costa atlântica francesa e seus arredores na Europa. Ativistas dizem que os pescadores cortam partes dos corpos dos golfinhos que ficam presos nas redes de pesca para que as redes fiquem intactas e possam ser usadas novamente. Desde 1990, centenas de animais são mortos por pescadores industriais.
“Somente em três meses, nós ultrapassamos o recorde do ano passado, que foram os mais altos em 40 anos” , contou à Associated Press, Willy Daubin, membro do Centro Nacional de Pesquisa Científica da Universidade La Rochelle.
90% DOS CORPOS ENCONTRADOS TINHAM SINAIS DE MORTE E “NÍVEIS EXTREMOS DE MUTILAÇÃO” RELACIONADOS À CAPTURAS EM REDES DE PESCA. (FOTO: OBSERVATÓRIO PELAGIS / UNIVERSITÉ DE LA ROCHELLE) |
O Ministro da Ecologia da França, François de Rugy, anunciou planos para diminuir as mortes de animais marinhos, entre eles, aumentar a conscientização pública e instalar o primeiro plano de ação para a proteção de baleias e golfinhos da França.
Uma das ações pensadas pelo governo francês seria a instalação de um sistema de bombeamento para repelir os golfinhos. Mas, de acordo com a Sociedade de Conservação Sea Shepherd, tal medida seria ineficaz – assim como muitas outras ações do governo – uma vez que o sistema não seria ligado nos barcos, pois espantaria os peixes, indo contra o interesse dos pescadores.
A Sea Shepherd chegou a observar a captura de um golfinho. Os pescadores teriam apenas ligado o sistema de bombeamento quando perceberam que estavam sendo filmados.
Fonte: Revista Galileu
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