Arranha-céus cobertos de fumaça, engarrafamentos tóxicos e uma série de chaminés podem ser as primeiras imagens que vêm à mente quando se discute a poluição do ar. Mas novas pesquisas mostraram as toxinas invisíveis que poluem o ar em nossas casas.
Com o aumento da conscientização nos países desenvolvidos, soluções que vão desde purificadores de ar a plantas de interior têm sido discutidas para ajudar a remover partículas perigosas do ar em residências.
Agora, a fabricante de móveis sueca IKEA produziu uma cortina que, segundo a empresa, purifica o ar usando uma superfície tratada com minerais que permite ao tecido desmembrar os poluentes quando entra em contato com a luz interna ou natural. O processo é semelhante à fotossíntese. O relato é da ONU Meio Ambiente.
Marina Vance, professora assistente de engenharia mecânica na Universidade do Colorado em Boulder, liderou uma equipe que usou sensores e câmeras avançados para monitorar a qualidade do ar em uma casa ao longo de um mês. Os resultados finais ainda estão pendentes, mas o que eles descobriram foi que mesmo as tarefas básicas, como a fervura da água, podem aumentar significativamente os níveis de poluição.
A poluição do ar, que tem sido descrita como a maior ameaça à saúde ambiental, mata cerca de 7 milhões de pessoas todos os anos, enquanto 9 em cada 10 pessoas no mundo respiram ar inseguro, com as comunidades mais pobres carregando o fardo mais pesado. Um terço das mortes por acidente vascular cerebral, câncer de pulmão e doenças cardíacas ocorrem devido à poluição do ar.
A poluição atmosférica doméstica mata cerca de 4 milhões de pessoas a cada ano, principalmente nos países em desenvolvimento da Ásia e da África, onde combustíveis e tecnologias poluentes, incluindo lâmpadas de querosene e fogueiras, são usados para cozinhar, aquecer e iluminar.
“Uma das nossas áreas de foco é melhorar o acesso ao ar limpo, onde pretendemos reduzir ativamente os poluentes atmosféricos e permitir que as pessoas purifiquem o ar em suas casas até 2030”, disse Lena Pripp-Kovac, chefe de sustentabilidade do Inter IKEA Group.
“A cortina de purificação de ar GUNRID é um passo nesta jornada. Queríamos criar uma maneira simples, conveniente e acessível de limpar o ar que não ocupasse muito espaço nas casas das pessoas, por isso, nos perguntamos: e se pudéssemos usar têxteis para limpar o ar? Além de permitir que as pessoas respirem melhor em casa, esperamos que a GUNRID aumente a conscientização das pessoas sobre a poluição do ar em ambientes fechados, inspirando mudanças comportamentais que contribuem para um mundo de ar limpo”, acrescentou.
A tecnologia GUNRID foi desenvolvida pela IKEA, juntamente com universidades na Europa e na Ásia, e fornecedores e inovadores. Eles esperam que o desenvolvimento ofereça oportunidades para futuras aplicações em outros produtos têxteis.
“Como uma empresa de mobiliário doméstico, temos uma oportunidade única de também olhar para os desafios em torno de poluentes do ar de uma maneira diferente”, disse Pripp-Kovac.
É esse tipo de pensamento inovador que ocupa o centro da Quarta Assembleia da ONU para o Meio Ambiente, que ocorre até esta sexta-feira (15) em Nairóbi, no Quênia. O lema para a reunião é pensar além dos padrões predominantes e viver dentro de limites sustentáveis.
No Relatório Anual da ONU Meio Ambiente de 2018, divulgado antes da cúpula, a diretora-executiva em exercício Joyce Msuya destacou o trabalho que está sendo feito para combater a poluição do ar.
“Também fizemos uma parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para sediar a primeira reunião global sobre poluição atmosférica, que mata milhões de pessoas a cada ano e continuamos a apoiar estratégias e políticas nacionais sobre transporte mais limpo”, escreveu ela.
A ONU Meio Ambiente associou-se à Coalizão para o Clima e o Ar Limpo e à OMS para conduzir uma campanha global denominada “Breathe Life” (Respire a vida, em tradução livre) para aumentar a conscientização e apoiar iniciativas de ar mais limpo em todo o mundo.
Embora muitos tenham saudado a inovação da IKEA, alguns críticos disseram que a varejista deve fazer mais para reduzir a poluição de seus processos de fabricação. A empresa diz que trabalhou durante anos para fazer isso eliminando produtos químicos perigosos e reduzindo as emissões.
“GUNRID é apenas um exemplo de todas as ações que estamos tomando para contribuir para um mundo de ar limpo”, disse Pripp-Kovac, observando que a IKEA eliminou produtos químicos suspeitos de serem prejudiciais ou causar reações alérgicas, incluindo formaldeídos. Ela também disse que o maior franqueado da IKEA, o INGKA Group, tem como meta alcançar zero emissões a partir de entregas em domicílio até 2025.
Em novembro passado, a IKEA também lançou o “Better Air Now!” (Ar melhor agora) iniciativa de transformar palha de arroz, que sobra após a colheita do arroz e é tradicionalmente queimada, em uma fonte de material renovável para seus produtos.
A IKEA comprometeu-se a se tornar mais positiva para o clima, visando utilizar apenas eletricidade renovável e calor em suas operações, e promovendo a geração de energia renovável e novas instalações.
“Sabemos que não existe uma solução única para resolver a poluição do ar”, disse Pripp-Kovac. “Também vemos a importância de falar e inspirar as pessoas a procurar novas soluções inovadoras”.
A ONU Meio Ambiente também insta as pessoas a pensar além. Participe do debate nas mídias sociais usando o #SolveDifferent para compartilhar suas histórias e ver o que os outros estão fazendo para garantir um futuro sustentável para o nosso planeta.
Fonte: ONU
Retirado dos Site: www.ambientebrasil.com.br
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