A audiência pública “Cicloturismo no Paraná” foi realizada no Plenarinho - Foto: Kleyton Presidente/Alep |
Sair de Curitiba pedalando uma bicicleta, ir até o município de Quatro Barras, descer a serra pela Estrada da Graciosa e se hospedar em Morretes ou Antonina, no Litoral do Estado. Ou então conhecer as belezas naturais dos Campos Gerais. A ideia pode ser partir de Cascavel e ir de bicicleta até as Cataratas, em Foz do Iguaçu.
O cicloturismo já é uma realidade no Paraná, mas as formas de viabilizar a criação de uma política estadual para fomentar o desenvolvimento da prática foram discutidas nesta quarta-feira (20) no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), durante a audiência pública “Cicloturismo no Paraná”. Realizada pela Comissão de Ecologia, Meio Ambiente e Proteção aos Animais, presidida pelo deputado Goura (PDT), em conjunto com a Comissão de Turismo, presidida pelo deputado Soldado Fruet (PROS), a audiência teve como objetivo demonstrar as iniciativas e boas práticas do cicloturismo no estado e no Brasil, debatendo propostas de desenvolvimento e apontando diretrizes e incentivos para o crescimento da modalidade.
Potencial – Para o deputado Goura, o Paraná tem grande potencial para receber turistas que queiram pedalar pelas rotas e circuitos do estado. “Enquanto poucas cidades possuem atrativos turísticos convencionais, quase todas possuem atrativos aos cicloturistas, que se diferencia do turista comum, porque seu objetivo não é simplesmente chegar ao destino final, mas aproveitar o caminho que geralmente percorrem”, analisou.
O parlamentar é cicloativista e enumerou os ganhos do uso da bicicleta, tanto no ambiente urbano quanto para o turismo. “O uso da bicicleta representa mais saúde, mobilidade, redução de morte no trânsito, instrumento de transformação social. Queremos o Paraná na vanguarda desta política”, afirmou ele, que está protocolando projetos de lei para criar circuitos de cicloturismo no estado.
Para o deputado Soldado Fruet, o cicloturismo é uma modalidade turística de extrema importância para ajudar no desenvolvimento turístico, alavancando o turismo em pequenos municípios. “Iremos dedicar atenção especial às cidades menores, que muitas vezes não têm um apelo midiático do seu potencial turístico, mas possuem atrativos que são verdadeiros tesouros naturais”, comentou.
Participações – Os deputados Nelson Luersen (PDT), Luiz Fernando Guerra (PSL) e Mabel Canto (PSC) também participaram do encontro. “Somos um estado com um potencial enorme para exploração turística, mas muitas vezes falta integração. Este debate é o início de um trabalho conjunto para implantação dos projetos”, disse a deputada Mabel.
Compuseram a mesa de debates João Jacob Mehl, presidente da Paraná Turismo; David Couto, mestre em sociologia e cicloativista de Antonina; Viviane Mendonça, professora e autora do blog Bike/Salto Alto; Patrícia Valverde, do Bicicletaria Cultural; Thérbio Moraes, CEO do Ciclotour Experience; Rodrigo Telles, do Clube do Cicloturismo Brasil e Ademir Winkelhaus, do Circuito do Vale Europeu, em Santa Catarina. Também estiveram presentes os prefeitos de Quatro Barra, Angelo Andreatta e de Piraquara, Marcus Tesserolli; o diretor-geral da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Turismo, Rasca Rodrigues, e o chefe de assessoria de Turismo da Itaipu Binacional, Emerson Orsini Ferrari.
Experiências – Ademir Winkelhaus coordenou a implantação do Circuito do Vale Europeu, uma rota de mais de 300 quilômetros pioneira no país e que liga nove municípios de Santa Catarina. Ele lembrou alguns pontos de sua experiência na criação do circuito. “Temos de pensar em questões como saúde e segurança. Os caminhos precisam de acesso para ambulância, por exemplo. Também é preciso um apoio de agências de turismo e hotéis – estes devem estar dispostos a receber o cicloturista”, explicou. Rodrigo Telles, do Clube de Cicloturismo do Brasil, afirma que os praticantes do cicloturismo não querem apenas pedalar, buscam estrutura. “As pessoas querem rotas selecionadas, estradas agradáveis, segurança, hotéis, sinalização, informação e receptividade”, explicou. Em contrapartida, os benefícios para as comunidades são muitos. “O cicloturismo aumenta a taxa de permanência do turista na cidade, induz visitas em baixa temporada, gera economia para comunidades locais e pequenos negócios”, enumerou.
Exemplos – A professora e autora do blog Bike/Salto Alto, Viviane Mendonça, já pedalou por todo o Paraná. Ela se definiu como usuária de tudo o que foi discutido durante a audiência pública. “Qual o motivo das pessoas não fazerem turismo de bicicleta? Talvez seja a falta de estrutura”, ponderou. Ela frisou ainda a importância da segurança. “Se não tiver segurança, não saímos para pedalar”, disse. Thérbio Moraes, CEO do Ciclotour Experience, comentou que a prática representa muito mais que turismo: é experiência. “Precisamos qualificar nossas ofertas. Mais que paisagens, devemos oferecer a cultura que se abre ao turista”.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Assembleia Legislativa do Paraná
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