Em viagem por Manaus, astronauta falou sobre indicação para o cargo na manhã desta quarta-feira.
Por G1 AM
Marcos Pontes ministra palestra em Manaus, nesta quarta-feira — Foto: Eliana Nascimento/G1 Amazonas |
O astronauta Marcos Pontes foi anunciado, na manhã desta quarta-feira, como ministro da Ciência e Tecnologia do governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. Em Manaus, onde ministra uma palestra sobre robótica, ele comemorou a oficialização do cargo.
"Estou muito feliz. Eu estava nessa expectatitva para saber quando [o anúncio] ia acontecer. Eu tive um trabalho grande de detalhar os planejamentos. Já tem um grupo trabalhando em Brasília, em cima dos assuntos, dentro diretrizes básicas. Agora a gente detalha um pouco mais. Tem também o processo de transição acontecendo pela frente. Começa um trabalho grande. É uma decolagem para cumprir uma missão. Recebida a missão, vamos cumprir", comentou Pontes.
"Comunico que o Tenente-Coronel e Astronauta Marcos Pontes, engenheiro formado no ITA, será indicado para o Ministério da Ciência e Tecnologia. É o quarto Ministro confirmado!", escreveu o presidente eleito.
Bolsonaro, horas depois, afirmou que usará a rede social para anunciar os próximos ministros escolhidos para sua gestão.
"Nossos ministérios não serão compostos por condenados por corrupção, como foram nos últimos governos. Anunciarei os nomes oficialmente em minhas redes. Qualquer informação além é mera especulação maldosa e sem credibilidade", declarou o presidente no Twitter.
A serviço do país, diz Pontes
Minutos depois, ao entrar no palco do evento de robótica, em Manaus, já como ministro anunciado, Marcos Pontes fez questão de contar ao público a nomeação. Em sua fala, ele agradece ao presidente eleito e coloca a vida à disposição do país.
"Eu acabei de ser informado sobre a minha confirmação como ministro de Ciência e Tecnologia para o próximo governo. Eu gostaria de agradecer ao presidente Bolsonaro pela confiança depositada em mim. Dizer que estou a serviço do país. Aliás, a minha vida toda eu tenho dedicado ao país. Tenho, literalmente, colocado a minha vida à serviço do país, seja como piloto de caça, de testes ou como astronauta. Vou continuar a servir o país dessa mesma forma, com a mesma determinação. Eu jurei, quando me formei na academia da Força Aérea, que iria combater os inimigos internos e externos, mesmo com o sacrifício da própria vida - se isso fosse necessário".
"Tenho, literalmente, colocado a minha vida a serviço do país, seja como piloto de caça, de testes ou como astronauta. Vou continuar a servir o país dessa mesma forma, com a mesma determinação".
Pontes foi o quarto ministro a ser anunciado por Bolsonaro. Antes, foram nomeados: o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) para a Casa Civil; Paulo Guedes, para o futuro Ministério da Economia; e o general Augusto Heleno, para o Ministério da Defesa.
Carreira
Marcos Pontes ficou conhecido no Brasil e no mundo como o primeiro e único astronauta brasileiro a ir para o espaço. Durante 40 anos de carreira, Pontes foi aviador, piloto de caça e seguiu carreira militar, chegando ao posto de tenente-coronel.
Às 23h30 do dia 29 de março de 2006 (no horário de Brasília), Pontes entrou para a história como o primeiro brasileiro a voar para o espaço. Acompanhado do russo Pavel Vinogradov e do norte-americano Jeffrey Williams, ele decolou da base de Baikonur, no Cazaquistão, a bordo da nave russa Soyuz-TMA 8, com destino à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
Atualmente, é Embaixador da Boa Vontade na Organização das Nações Unidas (ONU), dá palestras e trabalha na Nasa, a agência espacial norte-americana.
Segundo o perfil publicado no site de Pontes, ele é engenheiro aeronáutico formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e mestre em Engenharia de Sistemas pela Naval Postgraduate School, Califórnia, EUA.
Pontes entrou na Força Aérea Brasileira em 1981 e foi instrutor, líder de esquadrilha de caça e piloto de testes, com mais de 2 mil horas de voo em 25 tipos de aeronave.
O currículo do futuro ministro registra que suas funções militares se encerraram em 1998, quando ele foi selecionado por concurso público da Agência Espacial Brasileira para representar o Brasil na NASA na função de astronauta, uma carreira civil.
*Com informações de Luciano Abreu e Eliana Nascimento, da Rede Amazônica.
Fonte: Portal G1
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